Receita Federal recebe dados detalhados de anfitriões do Airbnb para combater sonegação
A disputa do governo com a sonegação em aluguéis de imóveis de curta temporada ganhou um novo capítulo este ano. O Airbnb entregou à Receita Federal uma lista completa de anfitriões que receberam hóspedes no Brasil entre 1º de setembro de 2020 e 31 de dezembro de 2024. O pacote não ficou só nos nomes: trouxe CPF ou CNPJ dos locadores, endereços dos imóveis, valores das transações financeiras e detalhes sobre os pagamentos feitos através da plataforma.
Essa entrega de informações muda todo o cenário para quem aposta renda em aluguéis pelo aplicativo. Quem imaginava que o dinheiro das diárias ficaria fora do radar precisa repensar: agora tudo está à disposição dos auditores fiscais. O objetivo é cruzar o que os anfitriões recebem no aplicativo com o que de fato declaram ao Imposto de Renda – e identificar onde há discrepância. Por trás desse movimento está o aumento da pressão do governo sobre digital influencers, motoristas de aplicativos e, agora, locadores de curta temporada, um mercado em constante ascensão.

Anfitriões sob risco de fiscalização e mudanças no segmento de aluguel de temporada
O pente-fino começou para valer em 2024, quando a Receita Federal decidiu intensificar o rastreamento de rendas que escapavam das declarações formais. Com a chegada dos dados, a Receita passa a ter munição certeira para autuar e cobrar quem omitiu os ganhos. A recomendação do Airbnb foi direta: regularize os valores no Imposto de Renda para evitar dores de cabeça, multas e bloqueio do CPF. A empresa também anunciou eventos online ao vivo para orientar anfitriões sobre o preenchimento correto das declarações e como retificar erros antigos, tentando evitar uma onda de autuações desnecessárias.
Para muita gente que alugou um quarto ou um imóvel via Airbnb, a sensação é de surpresa – ou até susto. Ninguém mais pode alegar desconhecimento. O alerta é claro para quem agiu na informalidade: os dados já estão com as autoridades. E não só: o cruzamento de informações pode resultar em convocações para esclarecer ganhos, fazer retificações ou até enfrentar processos administrativos.
- Valores não declarados podem ser cobrados com multa e juros.
- Anfitriões precisam ficar atentos à necessidade de comprovar todos os recebimentos.
- Consultoria contábil ganha ainda mais importância neste novo contexto.
A ação do Airbnb sinaliza um novo tempo para o mercado de aluguel de temporada no Brasil. Não existe mais brecha para omissão. Com a Receita Federal no controle dos dados, só resta ao anfitrião se adaptar às regras e ficar em dia, sob pena de grandes aborrecimentos à frente. Para quem vive desse tipo de renda, a melhor saída é buscar orientação profissional, revisar as declarações anteriores e se preparar para responder a eventuais questionamentos do Fisco. A era da informalidade nas locações de temporada está, de fato, com os dias contados.
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