Bolsonaro diz que retorno de Eduardo ao Brasil pode resultar em prisão imediata

Bolsonaro diz que retorno de Eduardo ao Brasil pode resultar em prisão imediata
Política Lúcia Andrade 16 jul 2025 0 Comentários

Bolsonaro teme prisão de Eduardo ao chegar ao Brasil

Jair Bolsonaro não esconde a preocupação: se Eduardo Bolsonaro pisar no Brasil, pode acabar detido logo no aeroporto. O ex-presidente falou abertamente disso em entrevista à CNN, sugerindo que há uma vigilância pronta para agir assim que o deputado federal licenciado decidir voltar. Ele cutuca ao mencionar que querem a vinda do filho só para uma prisão imediata, colocando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no centro dessa tensão.

Desde janeiro, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos e faz questão de declarar que se considera perseguido politicamente. Não é segredo para ninguém que seu nome circula entre os investigados de Moraes. Na esteira das ações do STF após os ataques de 8 de janeiro de 2023, muitos aliados de Bolsonaro sentem o cerco. Eduardo alega que, no Brasil, não teria garantias de julgamento justo e cita rotineiramente ameaças à sua liberdade — o que alimenta sua escolha de permanecer fora do país mesmo correndo risco real de perder o mandato na Câmara dos Deputados.

Mandato ameaçado e novas estratégias políticas

Mandato ameaçado e novas estratégias políticas

O tempo está correndo: Eduardo tem até 20 de julho para retornar ao trabalho no Congresso. Quem não retorna de licença acaba perdendo o mandato automaticamente, conforme as regras da Câmara. Mesmo assim, ele afirma publicamente que está disposto a abrir mão do cargo se isso for necessário para continuar articulando nos EUA. Chega a dizer que prefere ‘sacrificar’ o mandato a voltar correndo risco de prisão e sem liberdade para seguir sua agenda política.

Essa decisão rendeu o apoio aberto de Jair Bolsonaro, que utiliza o caso como símbolo de uma batalha maior entre aliados e adversários no Judiciário. Bolsonaro pai critica Alexandre de Moraes por abusos e vê o filho como alvo de uma perseguição com claras motivações políticas.

Do outro lado do continente, Eduardo segue ativo e barulhento. Comemorou bastante a decisão recente do governo Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre a importação de aço brasileiro. Para ele, essas sanções devem servir de pressão à Suprema Corte e ao governo brasileiro. Nos bastidores, fala-se que Eduardo tenta negociar a suspensão dessas barreiras econômicas em troca da aprovação de uma anistia aos manifestantes presos pelos atos de 2022 e até o fim de acusações de abuso de autoridade contra Moraes.

O clima de confronto institucional continua e Eduardo Bolsonaro, mesmo distante, se mantém como um dos principais articuladores da oposição à atual gestão e ao STF. Seja nos debates com conservadores americanos ou nas redes sociais, não esconde sua estratégia: usar a política internacional para interferir no embate jurídico e político que trava com o Supremo e o governo Lula.