Quando Defesa Civil Alerta chegou à Região Centro-Oeste no sábado, , enviou mensagens de teste para os celulares de moradores e visitantes de treze cidades estratégicas. O objetivo? Mostrar, em tempo real, como o novo sistema nacional de alertas de emergência vai funcionar quando estiver em plena operação a partir de 1º de outubro de 2025.
Contexto da expansão nacional
O projeto de alertas por celular nasceu da necessidade de agilizar a comunicação em situações de risco, como enchentes e deslizamentos. A primeira fase cobriu o Sul e Sudeste em dezembro de 2024, seguida pelo Nordeste em junho de 2025 e, mais recentemente, o Norte em 24 de setembro de 2025. Essa sequência obedecia a um cronograma definido pelo governo federal, que visava alcançar a cobertura total do território brasileiro até o final de 2025.
Detalhes da demonstração no Centro-Oeste
A demonstração, oficialmente intitulada Demonstração Defesa Civil Alerta 27/09/2025Região Centro-Oeste, abrangiu as seguintes cidades:
- Brasília (DF)
- Goiânia (GO)
- Itumbiara (GO)
- Formosa (GO)
- Cidade de Goiás (GO)
- Campo Grande (MS)
- Dourados (MS)
- Corumbá (MS)
- Três Lagoas (MS)
- Cuiabá (MT)
- Rondonópolis (MT)
- Tangará da Serra (MT)
- Rio Branco (MT)
Todos receberam uma mensagem padronizada: “ALERTA EXTREMO - Defesa Civil: ALERTA DE DEMONSTRAÇÃO do novo sistema de alerta de emergência no estado. Mais informações, consulte o site do Defesa Civil Alerta”. O texto apareceu tanto como notificação sonora quanto visual, garantindo que mesmo quem tinha o telefone no modo silencioso fosse avisado.
Participação das agências e empresas de tecnologia
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) coordenou a parte técnica da implementação, garantindo que as operadoras de telefonia seguissem o protocolo definido. O ajuste dos smartphones foi feito em parceria com a Google e a Apple, que inseriram a capacidade de receber alertas de alta prioridade nos sistemas Android e iOS.
Além disso, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) atuou como ponte entre o setor de telecomunicações e os fabricantes de equipamentos, certificando que a infraestrutura de rede fosse suficiente para suportar envios simultâneos em larga escala.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás e as Defesas Civis estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram responsáveis pela redação das mensagens de teste e pela validação dos protocolos de resposta local.

Impacto para a população e para a resiliência nacional
Com a cobertura completa, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a contar com um sistema nacional de alertas por celular que abrange todo o território. Isso significa que, em caso de enchentes na região do Pantanal, ventanias no Cerrado ou incêndios florestais no Centro-Oeste, as autoridades poderão enviar avisos instantâneos a milhões de pessoas, reduzindo o tempo de reação e potencialmente salvando vidas.
Especialistas em gestão de riscos enfatizam que a eficácia do sistema depende não só da tecnologia, mas também da confiança da população. “Quando a gente recebe um alerta sonoro e a mensagem aparece na tela, o impacto psicológico já prepara as pessoas para agir”, afirmou a professora Ana Clara Reis, do Programa de Resiliência Urbana da Universidade Federal de Goiás.
Além do benefício direto em emergências, o sistema também abre espaço para campanhas de prevenção, como orientações sobre cuidados com enchentes e dicas de montagem de kits de emergência. A integração com aplicativos de localização pode, ainda, direcionar a população para rotas de evacuação seguras.
Próximos passos e expectativas
A partir de 1º de outubro, os alertas passarão de demonstração para operação plena em toda a Região Centro-Oeste. As Defesas Civis Já anunciaram que o primeiro teste real será focado nas áreas de risco de alagamento ao redor do Rio Paraguay, que costuma transbordar na temporada de chuvas.
O governo federal planeja expandir a funcionalidade do Defesa Civil Alerta para incluir alertas de saúde pública, como surtos de dengue, e avisos de risco de quedas de energia. A expectativa é que, até 2027, o sistema esteja integrado a todas as agências de resposta a emergências do país, formando uma rede de comunicação única e padronizada.
Perguntas Frequentes
Como funciona o alerta sonoro e visual nos celulares?
Quando o sistema dispara um aviso, o aparelho reproduz um tom especial de alta prioridade e exibe uma caixa de notificação que não pode ser silenciada. O alerta também contém um link para mais informações no site da Defesa Civil.
Quem é responsável por enviar os alertas?
A responsabilidade recai sobre as Defesas Civis Estaduais, que recebem a solicitação da Anatel e, em conjunto com o Corpo de Bombeiros de cada estado, emitem as mensagens de acordo com os critérios de risco definidos.
Quais cidades participaram da demonstração e por quê?
Treze municípios foram escolhidos estrategicamente – capitais como Brasília, Goiânia, Campo Grande e Cuiabá, além de cidades com histórico de alagamentos ou risco de desastres naturais – para validar a abrangência e a eficácia da tecnologia em diferentes contextos geográficos.
O que acontece se eu não quiser receber os alertas?
Os alertas de emergência são mandatórios por lei e não podem ser desativados pelo usuário. Eles são considerados essenciais à segurança pública, similar aos alertas de tsunami em áreas costeiras.
Quais são os planos futuros para o Defesa Civil Alerta?
Além da expansão para todo o território nacional, o governo pretende integrar o sistema a alertas de saúde pública e de risco energético, criando uma plataforma única que possa ser usada por diferentes setores de resposta a emergências.