Santos empata em 1 a 1 no Beira-Rio e mantém 57% de risco de rebaixamento com três rodadas restantes

Santos empata em 1 a 1 no Beira-Rio e mantém 57% de risco de rebaixamento com três rodadas restantes
Esportes Mirian Limachi Anagua 25 nov 2025 2 Comentários

O Santos Futebol Clube vive seu pesadelo mais real desde 2006. Empatou em 1 a 1 com o Sport Club Internacional na noite de segunda-feira, 24 de novembro de 2025, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e segue na 17ª posição do Campeonato Brasileiro Série A 2025 com 38 pontos — e uma sombra de 57% de probabilidade de cair para a Série B. Não é um número qualquer. É o peso de uma história que parece desmoronar. O time de Juan Pablo Vojvoda, técnico argentino de 46 anos que assumiu em julho, não vence desde outubro. E agora, com apenas três jogos pela frente, o que parecia distante virou urgência absoluta.

A pressão que não se vê, mas se sente

Na coletiva pós-jogo, Vojvoda não escondeu a dor. "Nessa situação, o jogador joga contra a tabela, contra o objetivo de evitar o que estamos evitando. Joga contra a própria mente." Ele falou como quem já viu isso antes — não como técnico, mas como ser humano. O Santos, clube fundado em 1912, já foi sinônimo de glória com Pelé, de títulos, de futebol-arte. Hoje, é sinônimo de ansiedade. A torcida, que costumava cantar no Vila Belmiro até a madrugada, agora se cala. E quando canta, é para pedir mudanças. O técnico pediu união. "Não é o mesmo brigar em cima e brigar embaixo. Tem que ser forte para brigar embaixo." E é isso que falta: força emocional. A equipe tem talento, mas não tem confiança. A bola não entra. Os passes errados viram gol contra. O nervosismo contagia até os titulares.

Os números que não mentem

Com 35 jogos disputados, o Santos tem média de 1,08 ponto por jogo. Para ter 80% de chances de permanecer na Série A, precisa de 6 pontos nos últimos três jogos — contra o Athletico Paranaense (28/11), Red Bull Bragantino (01/12) e Fortaleza Esporte Clube (07/12). É uma missão quase impossível. Segundo cálculos da Universidade de Brasília, mesmo vencendo os três, o Peixe só teria 80% de segurança se alcançasse 44 pontos. Hoje, está 6 pontos atrás. E os adversários não são moleza: o Athletico luta por vaga na Libertadores, o Bragantino quer manter o ritmo, e o Fortaleza, que já o eliminou em setembro, está em alta. Enquanto isso, o Sport Club Internacional, com 52 pontos, se mantém na 10ª posição, sem risco de rebaixamento e sem chances de classificação para competições internacionais. Um empate que, para o Colorado, foi apenas um ponto a mais. Para o Santos, foi uma bala na cabeça.

Um clube entre duas realidades

A situação financeira do Santos é tão crítica quanto a esportiva. Segundo o balanço de setembro de 2025, o clube acumula dívidas de R$ 620 milhões. Se for rebaixado, perderá cerca de R$ 120 milhões em direitos de transmissão da Série A — um valor que pode destruir qualquer plano de recuperação. O estádio, a estrutura, os salários — tudo depende do topo da tabela. Enquanto isso, o Internacional, que arrecadou R$ 1,8 milhão só com bilheteria no Beira-Rio, vive em outro universo. Os ingressos variavam de R$ 40 a R$ 300. O público lotou. As luzes acenderam. A torcida gritou. Mas para o Santos, o silêncio do vestiário foi mais alto que qualquer grito.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

As próximas 14 dias serão decisivos. O técnico Vojvoda precisa transformar jogadores em guerreiros. A diretoria precisa agir — não só na contratação, mas na psicologia do grupo. O clube já tentou trocar o preparador físico, o analista de desempenho e até o nutricionista. Mas o problema não está nos profissionais. Está na cabeça. O time precisa acreditar que ainda pode. Que não é o fim. Que o legado de Pelé não é apenas um mural na entrada do CT. É um desafio. O futebol brasileiro não perdoa. E o Santos, que já foi campeão oito vezes, agora luta para não ser esquecido.

As vozes que não foram ouvidas

A transmissão da Jovem Pan Esportes, com narração de José Manoel de Barros e comentários de Flávio Prado, teve 775 mil visualizações no YouTube. Mas os comentários nos vídeos não falavam de gols. Falavam de saudade. "Lembro quando o Neymar jogava aqui..." "Esse time não tem mais alma." "Vai cair, e ninguém vai fazer nada." O canal oficial do Santos, o Santos TV, transmitiu a coletiva de Vojvoda ao vivo — mas não conseguiu reverter o sentimento. As redes sociais, que antes eram festa, agora são campo de batalha. O Instagram (@santosfc) tem 14 milhões de seguidores. Mas quantos ainda acreditam?

Frequently Asked Questions

Qual é a situação real do Santos no Brasileirão 2025?

O Santos está na 17ª posição com 38 pontos em 35 jogos, na zona de rebaixamento. A probabilidade de cair para a Série B é de 57%, segundo dados do Estadão Conteúdo. Para ter 80% de segurança, precisa de 44 pontos — ou seja, precisa vencer os três jogos restantes contra Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino e Fortaleza. Mesmo vencendo todos, o time ainda corre risco se outros resultados não forem favoráveis.

Por que o rebaixamento seria tão grave para o Santos?

Além da perda de prestígio, o rebaixamento custaria cerca de R$ 120 milhões em direitos de transmissão da Série A, segundo estimativas da CBF. Com dívidas de R$ 620 milhões, o clube já enfrenta dificuldades para pagar salários e manter a estrutura. A perda de patrocínios e a redução na bilheteria poderiam levar a demissões em massa e até à venda de jogadores-chave, como o meia Lucas Braga, que está na mira de clubes europeus.

O técnico Juan Pablo Vojvoda ainda tem chance de salvar o Santos?

Tecnicamente, sim — mas o tempo está esgotado. Vojvoda tem experiência na Argentina e no México, mas nunca liderou um time em crise tão profunda. A diretoria ainda o apoia publicamente, mas fontes internas indicam que há planos B para o caso de rebaixamento. A pressão da torcida e a imprensa são tão intensas que qualquer derrota nos próximos jogos pode forçar sua saída, mesmo que o time ainda tenha chances matemáticas.

Quais clubes estão mais próximos do rebaixamento?

Além do Santos (57%), o Vasco da Gama tem 2,1% de risco, o Grêmio 0,37% e o Atlético Mineiro apenas 0,03%. Todos os outros times na zona de rebaixamento têm menos de 1% de chance. Isso mostra que o Santos é o único clube tradicional em risco real. Os outros são times menores ou em crise estrutural. O Peixe é o único com história, torcida massiva e dívidas altas — o que torna sua situação única e mais dramática.

Como a Jovem Pan Esportes e o Santos TV estão cobrindo essa crise?

A Jovem Pan Esportes, com transmissão ao vivo e 775 mil visualizações, focou na análise estatística e nas declarações de Vojvoda. Já o Santos TV, canal oficial do clube, optou por um tom mais emocional: mostrou vídeos da torcida, entrevistas com ex-jogadores e a coletiva do técnico. Mas nenhum dos dois conseguiu reverter o sentimento de desesperança. O público quer ação, não discursos. E isso é o que falta.

O que o Santos precisa fazer agora para não cair?

Precisa de três vitórias, sim — mas também de uma mudança de mentalidade. O time precisa jogar sem medo, confiar nos jovens, como o atacante Rafael Santos, de 19 anos, que marcou o gol contra o Internacional. A diretoria precisa liberar recursos para reforços emergenciais, mesmo que em empréstimo. E, acima de tudo, precisa de um líder dentro de campo. Alguém que diga: "Eu não vou deixar vocês caírem". Porque, nesse momento, o futebol já não é só sobre técnica. É sobre coragem.

Comentários

  • Vitor Ferreira

    Vitor Ferreira novembro 26, 2025

    Mano, o Santos tá mais perdido que meu irmão no Walmart sem carrinho
    Tem talento, mas tá com a cabeça no espaço
    Se o Vojvoda não fizer milagre, a gente vai ver o Peixe na Série B com o nome de Pelé na camisa e ninguém botando fé
    Isso aqui é crime contra a história

  • Nat Stat

    Nat Stat novembro 27, 2025

    inter foi mais forte e ainda ganhou 1 ponto e nem liga kkkk
    santos ta no fundo do poço e ninguem faz nada
    so tem gente falando e niguem agindo

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