IBM aposta alto com Quantum Starling: um salto no poder de computação quântica
Esqueça tudo o que você já ouviu sobre computadores quânticos frágeis e cheios de limitações. Esta semana, a IBM pegou o mercado de surpresa ao anunciar o Quantum Starling, um supercomputador quântico de 10.000 qubits físicos pensado para ser realmente tolerante a falhas — algo que nunca foi alcançado em grande escala. O plano é ambicioso: tudo deve estar pronto até 2029. O objetivo? Resolver aquilo que, até hoje, emperra a computação quântica na prática: os temidos erros e a decoerência, motivos de muita dor de cabeça para quem pesquisa ou tenta usar essas máquinas.
O grande segredo do Quantum Starling está no uso de técnicas inovadoras de correção de erros, inspiradas em códigos LDPC (Low-Density Parity Check). Segundo IBM, elas conseguem transformar 10.000 qubits físicos em 200 qubits lógicos realmente utilizáveis, algo nove vezes melhor do que as soluções que existiam até agora. Os testes iniciais dessas técnicas, publicados em 2025, mostraram que é possível escalar o hardware de forma muito mais eficiente — justamente o próximo grande desafio da área.

Detalhes da arquitetura, parcerias e corrida acirrada no setor
A IBM desenhou um roteiro detalhado, batizado com nomes de pássaros: vem aí o processador Quantum Nighthawk (2025), o chip Quantum Loon e o módulo Quantum Kookaburra (ambos para 2026), além do adaptador Quantum Cockatoo (2027). Tudo isso vai se encaixar de forma modular e permitir redes de componentes quânticos conectados — solução engenhosa para vencer a barreira física dos qubits e facilitar upgrades no futuro.
Para garantir que os qubits consigam “conversar” uns com os outros sem perder dados, a IBM já fechou parceria com a Cisco, nome forte em infraestrutura de rede, para construir toda a espinha dorsal do sistema. O Quantum Starling vai ser instalado no laboratório Poughkeepsie, em Nova York, com direito a um data center exclusivo. Jay Gambetta, vice-presidente da IBM e um dos nomes mais respeitados em computação quântica, foi direto: agora o desafio não é mais físico ou teórico, e sim de engenharia. E o salto é enorme — ele aposta que a arquitetura será até 20 mil vezes mais potente que os sistemas de hoje.
Nessa corrida, os concorrentes não param. Em fevereiro de 2025, a Microsoft revelou seu próprio chip quântico. No outro lado do Atlântico, a startup PsiQuantum conseguiu atingir uma avaliação de 6 bilhões de dólares, com financiamento pesado do fundo BlackRock. O mercado está atento: quem conseguir entregar primeiro um computador quântico tolerante a falhas abre portas para domínios antes impensáveis — desde criar novos materiais até revolucionar o desenvolvimento de remédios e solucionar problemas de otimização que deixam qualquer supermáquina tradicional no chinelo.
Os próximos anos prometem uma disputa acirrada, com grandes investimentos e apostas altas. A IBM, agora, deixa claro que não pretende só participar do jogo, mas ser referência em computação quântica prática e transformadora.